terça-feira, 24 de julho de 2012

DOM DE LINGUAS

Começaremos pelo DOM DE LINGUAS

Dom de Línguas

           O primeiro dom que se manifestou foi o de línguas. Em pentecostes, os discípulos, junto com Maria, ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a orar, a louvar, a cantar numa língua nova, a língua do Espírito. Alguns interpretaram o acontecimento e disseram: "Eles louvam a Deus, estão cantando as glórias de Deus, e nós estamos entendendo com o coração". Outros estavam ali como curiosos, brincando, zombando, dizendo que os discípulos estavam bêbados. Pedro explicou: "Não estamos bêbados; pelo contrário, está se cumprindo a profecia de Joel". O primeiro dom criou confusão.
           O que é o dom de línguas? Quando nós somos batizados no Espírito Santo, a primeira coisa da qual nos enchemos é de oração. E por que isso? Porque o Espírito Santo é a ligação entre o Pai e o Filho. A oração é a comunicação entre o Pai e o Filho; o Filho que fala ao Pai e o Pai que fala ao Filho. A beleza da intimidade que acontece dentro da Trindade é feita pelo Espírito Santo. O Espírito Santo é oração.
           Além disso, Ele é a ligação entre Deus e nós. A oração que vai e a oração que volta.
           Quando somos introduzidos no Espírito Santo, saímos cheios de oração, porque o Espírito Santo é oração, uma oração de fogo, infalível.
           Nós damos o combustível, que é o nosso ar. Movemos nossas cordas vocais, movemos a boca, a língua, geramos sons; e o que acontece? O Espírito Santo ora, fala e canta em nós. Fornecemos a expressão palpável, mas quem dá o conteúdo, o fogo e a oração é o Espírito Santo.
           Você não imagina o valor dessa oração! Porque não somos nós orando simplesmente. É o Espírito Santo orando em nós!
           Que acontece no dom de línguas? Quem entra em ação não é a nossa inteligência. Movimentamos as cordas vocais, soltamos o ar, mexemos a língua, a boca, e produzimos som; mas o conteúdo vem do Espírito Santo. Da minha inteligência? Não! Da inteligência do Espírito Santo.
           S. Paulo explica isso na Epístola aos Romanos, 8,26:
           O que é o dom de línguas? Quando nós somos batizados no Espírito Santo, a primeira coisa da qual nos enchemos é de oração. E por que isso? Porque o Espírito Santo é a ligação entre o Pai e o Filho. A oração é a comunicação entre o Pai e o Filho; o Filho que fala ao Pai e o Pai que fala ao Filho. A beleza da intimidade que acontece dentro da Trindade é feita pelo Espírito Santo. O Espírito Santo é oração.            Além disso, Ele é a ligação entre Deus e nós. A oração que vai e a oração que volta.            Quando somos introduzidos no Espírito Santo, saímos cheios de oração, porque o Espírito Santo é oração, uma oração de fogo, infalível.            Nós damos o combustível, que é o nosso ar. Movemos nossas cordas vocais, movemos a boca, a língua, geramos sons; e o que acontece? O Espírito Santo ora, fala e canta em nós. Fornecemos a expressão palpável, mas quem dá o conteúdo, o fogo e a oração é o Espírito Santo.            Você não imagina o valor dessa oração! Porque não somos nós orando simplesmente. É o Espírito Santo orando em nós!            Que acontece no dom de línguas? Quem entra em ação não é a nossa inteligência. Movimentamos as cordas vocais, soltamos o ar, mexemos a língua, a boca, e produzimos som; mas o conteúdo vem do Espírito Santo. Da minha inteligência? Não! Da inteligência do Espírito Santo.            S. Paulo explica isso na Epístola aos Romanos, 8,26:            O que é o dom de línguas? Quando nós somos batizados no Espírito Santo, a primeira coisa da qual nos enchemos é de oração. E por que isso? Porque o Espírito Santo é a ligação entre o Pai e o Filho. A oração é a comunicação entre o Pai e o Filho; o Filho que fala ao Pai e o Pai que fala ao Filho. A beleza da intimidade que acontece dentro da Trindade é feita pelo Espírito Santo. O Espírito Santo é oração.            Além disso, Ele é a ligação entre Deus e nós. A oração que vai e a oração que volta.            Quando somos introduzidos no Espírito Santo, saímos cheios de oração, porque o Espírito Santo é oração, uma oração de fogo, infalível.            Nós damos o combustível, que é o nosso ar. Movemos nossas cordas vocais, movemos a boca, a língua, geramos sons; e o que acontece? O Espírito Santo ora, fala e canta em nós. Fornecemos a expressão palpável, mas quem dá o conteúdo, o fogo e a oração é o Espírito Santo.            Você não imagina o valor dessa oração! Porque não somos nós orando simplesmente. É o Espírito Santo orando em nós!            Que acontece no dom de línguas? Quem entra em ação não é a nossa inteligência. Movimentamos as cordas vocais, soltamos o ar, mexemos a língua, a boca, e produzimos som; mas o conteúdo vem do Espírito Santo. Da minha inteligência? Não! Da inteligência do Espírito Santo.            S. Paulo explica isso na Epístola aos Romanos, 8,26:            O que é o dom de línguas? Quando nós somos batizados no Espírito Santo, a primeira coisa da qual nos enchemos é de oração. E por que isso? Porque o Espírito Santo é a ligação entre o Pai e o Filho. A oração é a comunicação entre o Pai e o Filho; o Filho que fala ao Pai e o Pai que fala ao Filho. A beleza da intimidade que acontece dentro da Trindade é feita pelo Espírito Santo. O Espírito Santo é oração.            Além disso, Ele é a ligação entre Deus e nós. A oração que vai e a oração que volta.            Quando somos introduzidos no Espírito Santo, saímos cheios de oração, porque o Espírito Santo é oração, uma oração de fogo, infalível.            Nós damos o combustível, que é o nosso ar. Movemos nossas cordas vocais, movemos a boca, a língua, geramos sons; e o que acontece? O Espírito Santo ora, fala e canta em nós. Fornecemos a expressão palpável, mas quem dá o conteúdo, o fogo e a oração é o Espírito Santo.            Você não imagina o valor dessa oração! Porque não somos nós orando simplesmente. É o Espírito Santo orando em nós!            Que acontece no dom de línguas? Quem entra em ação não é a nossa inteligência. Movimentamos as cordas vocais, soltamos o ar, mexemos a língua, a boca, e produzimos som; mas o conteúdo vem do Espírito Santo. Da minha inteligência? Não! Da inteligência do Espírito Santo.


           S. Paulo explica isso na Epístola aos Romanos, 8,26:


"Do mesmo modo, também o Espírito vem em socorro da nossa fraqueza, pois não sabemos rezar como convém; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis".

           Essa explicação é bem simples: "gemidos inexprimíveis", quer dizer: gemidos que não podem ser entendidos, a não ser quando Deus dá a interpretação.            Quando ora por seu filho ou sua filha, você sabe exatamente do que eles precisam? Não. É por isso que o Espírito Santo vem em nosso auxílio: porque não sabemos o que pedir, nem sabemos orar como convém. Ele mesmo intercede por nós e em nosso favor, com gemidos inexprimíveis.            Daí as maravilhas acontecem, porque é o Espírito Santo orando dentro de nós, por nós. S. Paulo continua:


"E aquele que perscruta os corações sabe qual é a intenção do Espírito: com efeito, é segundo Deus que o Espírito intercede pelos santos". (Rm 8,27).

           Quem é aquele que perscruta os corações e que sabe o que o Espírito deseja? É o Pai, é Deus, é Jesus. Esse que perscruta os corações, que olha bem dentro do coração, sabe o que o Espírito Santo está pedindo. Aquele que perscruta os corações sabe o que o Espírito deseja, ao interceder pelos santos.            Duas coisas acontecem: primeiro, o Espírito Santo conhece muito bem as nossas necessidades e as apresenta ao Pai. Por outro lado, esse Espírito Santo pede ao Pai, pede a Jesus, de acordo com a vontade do Senhor, que intercede pelos santos. Ele não pede coisas erradas. Muitas vezes, pedimos coisas que não são para o nosso bem; podemos até pedir algo errado, ou até de maneira errada. O Espírito Santo, não.            Quando você ora no Espírito, Ele está pedindo primeiro de acordo com a necessidade; depois, de acordo com aquilo que Deus sabe, com aquilo que Deus quer e sabe ser o melhor. Portanto, a oração em línguas é infalível: daí seu valor. Com ela, você intercede primeiro por si mesmo: louva, agradece, bendiz, mesmo sem estar entendendo o que fala.            O problema é que a oração em línguas nos humilha, faz com que nos ajoelhemos, toquemos com nossa cabeça o chão. Somos orgulhosos, vaidosos, auto-suficientes; queremos fazer tudo de acordo com nossa vontade.            Na oração em línguas, o Senhor nos humilha e nos diz: "Ponha-se de lado, porque agora eu vou agir. Não me atrapalhe mais". E o Senhor entra em ação, por meio do Espírito. Quando oramos em línguas, não temos o gozo dos sentidos, da nossa sensibilidade, da nossa inteligência.            No início, quando começamos a orar em línguas, a oração se torna uma satisfação e uma vaidade. Mas depois, quando passamos a orar todos os dias, o dom de línguas se torna algo muito simples.            Muita gente não ora em línguas porque tem medo, porque acha que orar em línguas é entrar em transe. E não é nada disso: entrar em transe não é orar no Espírito. Se há transe, já não se está mais em Deus.            Outros não oram em línguas por achar que quem ora não faz nada. Mas essa forma de oração é um dom de falar em línguas, e o falar cabe a mim. A pessoa faz tudo: respira, move as cordas vocais, os lábios, a língua, e solta o som. Algumas pessoas gostariam que o Espírito Santo fizesse tudo, inclusive falar; mas isso cabe a nós. Pedro estava na barca quando Jesus o chamou; e ele deu o primeiro passo em direção a Jesus, o passo da fé.            No dom de línguas, você solta os sons, e o Espírito Santo dá o conteúdo. Esta é a sua parte. Por isso, a melhor maneira de orar em línguas é soltar-se no meio dos outros. Se há um grupo orando em línguas, faça o mesmo. Não é assim que o passarinho aprende a voar? Não é assim que aprendemos a nadar? Alguns aprendem assim. E que bom quando aprendemos "no susto": a inteligência não atrapalha.            Há muito tempo, peço a Deus que conceda às pessoas a efusão do Espírito Santo. De que forma? Convido a pessoa a orar comigo, da mesma maneira como estou orando. Começo a orar, e a pessoa me acompanha. Não se pode imitar. Cada um deve se soltar, a fim de deixar que o Espírito Santo ore em si. É algo muito fácil e simples.            É por meio da oração em línguas que nos aproximamos de Deus, e a transformação começa a ocorrer em nossos corações, em nossa vida, na vida daqueles a quem amamos. É pelos dons do Espírito e por seus frutos que o mundo começa a ser renovado.            Não há por que combater o dom de falar em línguas; não há por que pôr em dúvida - como o fazem muitos católicos, muitos padres e religiosas - esse dom, dizendo: "Para que isso de orar em línguas se ninguém entende nada?" Não é mesmo para os homens entenderem. A Palavra é clara: é para falar a Deus. E falar a Deus é orar.


"Aquele que fala em línguas não fala aos homens, mas a Deus. Ninguém o compreende: movido pela inspiração enuncia coisas misteriosas" (1Cor 14,2).

           O homem é corpo, alma e espírito, três coisas distintas umas das outras. Corpo é corpo. Alma são as nossas faculdades interiores - pensamentos, sentimentos, emoções -, e o nosso espírito é algo mais; é a própria vida de Deus em nós; é a vida divina nos fazendo participantes da natureza do Senhor. Assim como nossa alma se manifesta aos outros por meio de nosso corpo - falando, gesticulando, escrevendo -, minha alma, igualmente, se manifesta a Deus por meio do meu espírito. Porque nós estamos mergulhados no Espírito, Ele fecunda, inspira o nosso espírito, e o nosso espírito pode falar com o Senhor. Então, dos nossos lábios brotam sons; não da inteligência, mas do Espírito. E nem nós os entendemos.            Pensamos que só os grandes santos podem ter dom de línguas, quando ocorre justamente o contrário: esse dom é para aqueles que estão por baixo, que não sabem orar e por isso precisam do auxílio do Espírito. É o dom dos iniciantes, daqueles que começam vida no Espírito. Por isso, vemos que o primeiro dom que se manifestou no Novo Testamento é o dom de línguas: os apóstolos recebem o Espírito Santo e começam a orar em línguas, como, por exemplo, nas comunidades de Éfeso e de Jerusalém.            Assim como a chuva, as graças não caem à toa. O Senhor dispôs assim: que o céu seja atingido por nossas orações e então caiam as graças, as bênçãos. E que tristeza uma humanidade sem a graça de Deus! É como as terras que ficam anos sem chuva. O Senhor quer fazer chover do céu graças e bênçãos sobre toda a humanidade, e por isso nos dá, a nós cristãos, a possibilidade de orar no Espírito. Somos apenas as vitrolas, os alto-falantes para que o Espírito ore em nós; emprestamos ao Senhor nossa garganta, nossas cordas vocais, nossa língua, nossa boca, para clamar os sons de louvor ao Senhor; os sons de súplica, de intercessão, em que o Espírito está intercedendo por nós, pelos outros, pela Igreja.            Pensa-se que no dom de línguas a pessoa está num êxtase tão alto que não vê mais nada, e começam a sair uns sons de sua boca que ela nem sabe que está emitindo. Não é isso. Não é êxtase nenhum. A pessoa está bem consciente de tudo; ela começa a falar quando quer e pára também quando quer. Outros, ainda, pensam até que a pessoa não quer falar; que ela segura a boca, fecha os lábios, mas "coisas estranhas" acabam sendo ditas. Alguns têm até medo: "Puxa, e se eu estou trabalhando e começo a falar assim, o que os outros vão dizer de mim?" Não, isso não vai acontecer.

           Temos de ceder ao dom. Se Deus nos tivesse dado o dom de chutar sempre certo, sempre no gol, precisaríamos chutar; ainda que fôssemos pernas-de-pau, precisaríamos fazê-lo, porque na hora do chute o Senhor nos daria a graça de acertar - o que não aconteceria, é claro, se não chutássemos. Igualmente, se você não falar, o Senhor não lhe dará o dom. Assim é que começa o dom de línguas; a pessoa começa a soltar os sons, e então o Espírito Santo que está em nós dá o sentido, o conteúdo daquilo.            Porque muitos não conseguem receber? Porque não sabem disso. Mas Deus quer essa graça para todos.            Todos os seus precisam, todos os grupos precisam, e podem orar em línguas! A oração em línguas não é feita somente para orar em grupo. É principalmente para orar sozinho. Em grupo é muito bom, mas podemos e devemos orar em línguas quando estamos a sós, pois é o que há de mais lindo, é o primeiro de todos os dons.            Você não pode falar palavras em português e em línguas ao mesmo tempo: ou você pára de falar em português e começa a soltar os sons que vêm aos seus lábios - embora não entenda o que está dizendo -, ou nunca vai orar em línguas.            Muita gente vê esse dom como uma coisa grandiosa e quando começa se decepciona: "É só isso?".            É, é o dom das crianças que vai se desenvolvendo dentro de você. É um dom que humilha, confunde nossa inteligência, porque oramos sem nem sequer entender o que dizemos. Ele nos dá a certeza de que não somos nada, pondo-nos em nosso lugar, em verdadeira humildade. É por isso que o Senhor quer que esse dom seja o primeiro. Pode acontecer, é claro, de o Senhor nos usar em outros dons e nós ainda não termos orado em línguas, mas na ordem normal ele é o primeiro dom, e também o menor.            O dom de línguas é o dom dos nenês. Damos mamadeira ao nenê para ele crescer forte e robusto. Da mesma maneira, o Senhor nos dá o dom de línguas para crescermos fortes e robustos na vida do Espírito. E, como precisamos sempre ser alimentados e construídos, temos necessidade de oração em línguas a vida inteira.


 
                   "Desejo que todos vós faleis em línguas,                              mais prefiro que profetizeis. Aquele que profetiza é superior ao que fala em línguas, a menos que este dê a interpretação, para que a assembléia seja edificada" (1Cor 14,5). 

           Paulo não é contra o dom de línguas, mas por outro lado não quer que foquemos eternamente na infância espiritual; ele quer que comecemos falando em línguas e depois cheguemos também a profetizar. 

                     Esclarecimentos sobre alguns pontos da RCC à CNBB

Dom Alberto Taveira fala da oração em línguas, repouso no Espírito e inspirações particulares
Em nome da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, sou o Assistente Espiritual do Conselho Nacional da Renovação Carismática Católica, um dos mais significativos Movimentos Eclesiais existentes em nosso tempo. Algumas interrogações me foram feitas por Dom Rafael Llano Cifuentes, Bispo de Nova Friburgo-RJ, proporcionando-me levar ao Conselho Permanente da CNBB alguns esclarecimentos, que podem servir a tantos irmãos e irmãos da RCC ou que desejam conhecê-la mais de perto. Eis o texto escrito que apresentei à 58ª Reunião do Conselho Permanente da CNBB:
Esclarecimentos sobre alguns pontos da RCC
Foi-me pedido para fazer uma breve comunicação a respeito de alguns pontos sobre a Renovação Carismática Católica. Escolhi dois caminhos, sendo o primeiro uma consulta feita aos coordenadores nacionais da RCC, aos quais encaminhei as perguntas feitas, com respostas que me foram apresentadas por Reinaldo Beserra, do Escritório Nacional da RCC e membro do Conselho Internacional da RCC – (ICCRS). Tais respostas correspondem e são plenamente assumidas por mim, por corresponderem ao que penso e às orientações que costumo oferecer à RCC. Em seguida, desejo apresentar algumas propostas.
I – Esclarecimentos solicitados pelo CONSEP, a pedido de Dom Rafael:
1. "Benefícios" da oração em línguas: Os carismas, sejam extraordinários ou humildes, são graças do Espírito Santo que têm, direta ou indiretamente, uma utilidade eclesial, ordenados como são à edificação da Igreja, ao bem dos homens e às necessidades do mundo. Carismas são "manifestações do Espírito para proveito comum". São dons úteis, instrumentos de ação, para servir à comunidade.
Conceituação:
a) "É um dom de oração cujo valor, enquanto 'linguagem de louvor', não depende do fato de que um lingüista possa ou não identificá-lo como linguagem no sentido corrente do termo". É uma linguagem a-conceitual, que se "assemelha" às línguas conceituais. Não supõe absolutamente um estado de "transe" para praticá-la, não corresponde a um estado "extático", e nem a uma exagerada emoção, permanecendo aquele que a pratica no total domínio de si mesmo e de suas emoções, pois o Espírito Santo jamais se apossa de alguém de modo a anular-lhe a personalidade.
b) É um dom que leva os fiéis a glorificar a Deus em uma linguagem não convencional, inspirada pelo Espírito Santo. É uma forma de louvar a Deus e uma real maneira de se falar e se entreter com Ele. Quando o homem está de tal maneira repleto do amor de Deus que a própria língua e as demais formas comuns de se expressar se revelam como que insuficientes, dá plena liberdade à inspiração do Espírito, de modo a "falar uma língua" que só Deus entende.
2. O "falar em línguas", consignado nas Escrituras comporta três modalidades:
a) a oração em línguas, de caráter usualmente particular, pessoal, e que portanto não requer interpretação. Embora de caráter pessoal, ela pode ser exercitada também de modo coletivo, o que acontece nas assembléias onde todos exercem o "dom particular de orar em línguas", ao mesmo tempo; obviamente, não supõe interpretação. No entanto, Deus – que ouve a oração que milhares de fiéis lhe dirigem concomitantemente de todos os cantos da Terra – por certo entende. Vale a intenção que está em nosso coração.
b) Essa oração também pode ser expressa em modalidade de canto, uma oração com uma melodia que não foi pré-estabelecida. Também essa modalidade não requer interpretação. A diferença em relação à modalidade anterior, é que aqui se trata de orar em línguas, mas num ritmo não falado, de expressão e cadência musical, de notas que se sucedem improvisadamente, numa modulação lírica com que se celebra as maravilhas de Deus. São cânticos que brotam geralmente nos momentos de louvor e adoração da assembléia, do grupo de oração, e que pouco tem em comum com os cânticos eclesiásticos tradicionais, ou também com os cantos de "composição artística". Santo Agostinho, comentando as palavras do Salmo "Cantai ao Senhor um Cântico novo", adverte que o cântico novo não é coisa "de homens velhos". "Aprendem-no os homens novos, renovados da velhice por meio da graça, pertencentes ao Novo Testamento, que já é o Reino dos Céus. Por ele manifestamos todo o nosso amor e lhe cantamos um canto novo. Quando podes oferecer-lhe tamanha competência que não desagrade a ouvidos tão apurados?... Não busques palavras, como se pudesses dar forma a um canto que agrade a Deus. Canta com júbilo! Que significa cantar com júbilo? Entender sem poder explicar com palavras o que se canta com o coração. Se não podes dizer com tuas palavras, tampouco podes calar-te. Então, resta-te cantar com júbilo, se modo que te entregues a uma alegria sem palavras e a alegria se dilate no júbilo" .
c) Uma terceira modalidade do dom das línguas é aquela de uso essencialmente público, que quando é acompanhado do seu complemento, o dom da interpretação, tem como seu propósito a edificação dos fiéis e a convicção dos descrentes. Aqui o falar em línguas não assume o caráter de oração, mas de uma mensagem em línguas, dirigida à assembléia e não a Deus, como é o caso da oração, e que portanto requer o exercício do outro dom apontado por Paulo, o dom da interpretação. O Espírito dá a alguém a inspiração de "falar em línguas" em alta voz. Suas palavras contém uma mensagem espiritual para um ou mais ouvintes. A mensagem permanece incompreensível, enquanto não for interpretada. A mensagem interpretada assume, regularmente, as características de uma profecia carismática, que, segundo S. Paulo, edifica, exorta e consola a assembléia. Autores há que, em vista de maior clareza, dão outro nome a esta forma de falar em línguas. Chamam-na de "mensagem em línguas", ou ainda de "profecia em línguas". Em oposição ao "falar em línguas" durante a oração, este dom não está livremente à disposição da pessoa. Exige-se uma inspiração peculiar. Muitas vezes, ela está acompanhada de outra inspiração, a saber, num dos ouvintes que então "interpreta" a mensagem e a traduz em linguagem comum, para a comunidade. O dom de "falar mensagem em línguas" é um dom transitório manifestado vez ou outra nas reuniões de oração; e o Senhor pode servir-se ora deste, ora daquele, enquanto que o dom da interpretação geralmente é considerado permanente; é dom que pode ser pedido na oração.
3. Quando se deve orar em línguas? Só em atos próprios da RCC? Na TV para todos? Pode ser utilizada durante a Santa Missa, como parece ter acontecido na Oração dos fiéis nas missas de TV?
a) Sendo um dom do Espírito e um dom de oração, ele deveria ser permitido onde sempre é permitido orar. Nos atos próprios da RCC, o Documento 53, n. 25 da CNBB, já o levou em consideração.
b) Se a TV está transmitindo um ato próprio da RCC, não é possível "encenar" um comportamento que anule a identidade do Movimento. O exercício do carisma de orar em línguas é parte constitutiva da RCC. De nossa parte – os "carismáticos" – não temos de que nos envergonhar dessa prática, e nem temos nada a esconder. Somos assim. nossos Grupos de Oração estão sempre com as portas abertas, e qualquer um pode conferir lá o que somos e o que praticamos.
c) Na Santa Missa: Se são missas celebradas em atos específicos da RCC, parece-nos que sim, desde que se exercite essa oração nos momentos ditados pelo bom senso e pela orientação do celebrante, de modo respeitoso, profundamente oracional, não exibitório, especialmente como glorificação a Deus, como expressão de contrição, como petição, e como ação de graças.
d) A RCC tem clara consciência de que a Igreja, durante muito tempo, não se abriu à essa forma de se exercitar os carismas. Por isso ela sabe que, esse reavivamento de perfil pentecostal que se colocou em marcha no último século – especialmente a partir de Helena Guerra, que motivou Leão XIII a escrever uma Encíclica sobre o Espírito Santo, passando por João XXIII, que pediu um novo Pentecostes para a Igreja e a "renovação dos sinais e prodígios da aurora da Igreja", bem como pelo Concílio Vaticano II, onde Deus, providencialmente, lançou as bases e os fundamentos que tornaram possível o surgimento e a fundamentação do Movimento Pentecostal Católico, até João Paulo II, com sua Dominum et Vivificantem, e a inspirada exortação pronunciada na celebração de Pentecostes de 29 de maio de 2004, que dizia: "Desejo que a espiritualidade de Pentecostes se difunda na Igreja como um impulso renovado de oração, santidade, comunhão e anúncio. [...] Abram-se com docilidade aos dons do Espírito Santo! Recebam com gratidão e obediência os carismas que o Espírito não cessa de oferecer!" – precisa ser acolhido com abertura de espírito e destemor, mas também com bom senso, com humildade, com respeito pelas diferentes opções de engajamento na pastoral orgânica da Igreja, em absoluta adesão à doutrina da Igreja Católica, não escandalizando por falta de decoro litúrgico ou religioso, dentro da ordem, mas também não deixando de ser fiel à vocação que Deus nos faz, de, nesses tempos, contribuir para "revelar à Igreja aquilo que já lhe é próprio: sua dimensão carismática".
e) No rito do Sacramento da Crisma, ao final da Oração dos fiéis, o Bispo reza: "Ó Deus, que destes o Espírito Santo a vossos apóstolos e quisestes que eles e seus sucessores o transmitissem aos outros fiéis, ouvi com bondade a nossa oração e derramai nos corações de vossos filhos e filhas os dons que distribuístes outrora no início da pregação apostólica".
f) É de se esperar que, recebendo tais dons, possamos exercitá-los, pois "da aceitação desses carismas, mesmo dos mais simples, nasce em favor de cada um dos fiéis o direito e o dever de exercê-los para o bem dos homens e a edificação da Igreja e do mundo, na liberdade do Espírito Santo, que 'sopra onde quer' e ao mesmo tempo na comunhão com os irmãos em Cristo, sobretudo com seus pastores, a quem cabe julgar sobre a autenticidade e o uso dos carismas dentro da ordem, não por certo para extinguirem o Espírito, mas para provarem tudo e reterem o que é bom".
g) "Na lógica da originária doação donde derivam, os dons do Espírito Santo exigem que todos aqueles que os receberam os exerçam para o crescimento de toda a Igreja, como no-lo recorda o Concílio".

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