RELIGIÃO E SOCIEDADE
Ultimamente, se em um evento público alguém faz uma oração, menciona Jesus Cristo ou agradece a Deus, parece que essa pessoa não é bem vista. Alguns intelectuais de plantão logo taxam o crente de pregador inoportuno ou vêem nele um agente que busca arrebatar pessoas inocentes para esta ou aquela denominação religiosa. Com isso, os que acreditam em Cristo se encolhem para não se expor diante do patrulhamento feito por pessoas que acusam a religião de conversão alienante. Nós, cristãos, precisamos mudar isso.
Em primeiro lugar, os princípios cristãos – comuns a todas as religiões – elegem a vida, a liberdade, o respeito ao próximo, entre as premissas humanas mais sensíveis e importantes. As Igrejas cristãs, no Brasil, não pregam a morte, o uso de drogas, ou a violência entre os homens. Assim, como é possível acusar a religião, hoje em dia, de algo ruim, deletério?
Numa segunda observação, o cristianismo, ao contrário de outras religiões monoteístas no mundo, passou por um processo contraditório ao longo dos séculos. As violências em nome de Cristo são coisas de um passado muito distante. Aliás, eram os homens que deturpavam os ensinamentos do Senhor, pois os Evangelhos não prometem o reino dos céus se alguém morrer na guerra em nome de Deus, ou pagar qualquer valor.
Para o terceiro aspecto de nosso raciocínio, vale dizer que as religiões, para o Brasil de hoje, são fundamentais, indispensáveis. A pregação religiosa e a conversão são capazes de transformar pessoas que perderam o rumo, que não encontram mais valores humanos. Portanto, as igrejas contribuem – e muito – para melhorar as pessoas e, no fundo, manter a ordem social, a boa convivência entre todos.
O quarto ponto tem a ver com a fé. Se nós acreditamos mesmo no Senhor, não temos que debater a conveniência ou a oportunidade de invocá-Lo, de pedir Sua intersecção por nós, e não importa o lugar que fazemos isso. Chegou o tempo de perdemos a vergonha de orar em público. Não podemos nos envergonhar de suplicar ao nosso Deus para que Ele se faça presente entre nós.
O Estado não tem religião. Isso é certo. Mas também não significa que ele a despreza e a afasta de seu meio. Ao contrário, o Estado reconhece a fé das pessoas, tanto que a Constituição protege qualquer culto e o Código Penal até penaliza quem tenta impedir ou perturbar o culto religioso. Portanto, não há ofensa alguma ao Estado quando alguém se manifesta fiel. Manifestar a fé em local público não é crime.
Se nossa sociedade quer mesmo caminhar em direção à prosperidade, à segurança, imprimindo na sua população bons preceitos, temos que abraçar a causa religiosa, para que possamos ocupar a mente das pessoas, principalmente a dos nossos jovens, hoje expostos a valores – no mínimo – questionáveis. Isso é um instrumento valioso.
De nossa parte, do Poder Judiciário e da Vara da Infância e Juventude, temos na religião uma força de primeira hora. Além de contar com o inestimável trabalho de padres, pastores e fiéis, nós rezamos e oramos muito para um futuro melhor de nossa
cidade, de nosso Estado e de nosso País. Nossos problemas são tão grandes que acreditamos e pedimos por milagres. E, quando oramos juntos, nossa força sempre aumenta. Nossa disposição é a de trabalhar e orar. Confiamos no poder de Deus.
P.S. Este texto foi publicado em março do ano passado. Mas, pela importância desta semana, quis aqui reproduzi-lo.
autor: Evandro Pelarin